segunda-feira, 19 de março de 2012

A Mordaça Democrática




Pois é, galera. 2012 é ano de eleições.

Nos dias 7 e 28 de outubro desse ano, os quase 200 milhões de brasileiros, espalhados por mais de 5.500 municípios, estarão votando em seus candidatos para prefeito, vice-prefeito e vereador. Como sempre, alguns estarão tentando a reeleição, outros a eleição inédita e tudo o mais.

Mas hoje estou aqui pra fazer a seguinte pergunta pra vocês: Você considera o Brasil um país democrático?

Remontando a história eleitoral do nosso país me lembrei de uma expressão que surgiu lá no início: Voto de cabresto.

O voto de cabresto era muito usado nos anos iniciais da República no Brasil. Era muito comum em cidades do interior, e muito utilizado para manobras políticas, onde certos homens de poder obtinham através da manipulação de pessoas e recursos, resultados que os favoreceriam.
O sistema funcionava do seguinte modo: Um fazendeiro de muitas posses, normalmente entitulado coronel forçava (através de violência, de suborno ou outros métodos) que um eleitor votasse no candidato de sua "indicação", para assim se beneficiar com os resultados obtidos por esses meios. Parece com um certo sistema eleitoral do conhecimento de vocês?

Então volto a pergunta inicial: Você considera o Brasil um país democrático?
Quando vocês vão às urnas acham que estão exercendo um ato democrático, de livre e espontânea vontade? Acham que estão, com esse voto manifestando a livre opinião de vocês, ou estão votando no cara que é menos desagradável?

Eu andei estudando um pouco sobre democracia, e digo, pelas conclusões que tirei com isso, o seguinte: O Brasil é um país democrático? Mentira!
Num país democrático, a vontade da maioria vira Lei. Sim, eles são administrados por algum tipo de governo, mas a livre opinião da maioria do povo é o que prevalece em um país democrático.

É claro que todos devem respeito às autoridades. Entendam isso. Num regime democrático você pode expressar o que pensa livremente, mas isso não te dá liberdade pra fazer o que quiser. Pois num país onde todos têm direitos, mas não obrigações, não é uma democracia, e sim uma anarquia.
Agora, obedecer às leis não quer dizer sucumbir à elas e aceitá-las bovinamente. Sim, quem aceita as coisas sem questionar, só baixando a cabeça e obedecendo ao que mandarem e desmandarem pode ser comparado ao gado que trabalha, come e dorme, mas não pensa por si mesmo, não se expressa, não questiona. Quem diz que vive numa democracia, sabendo que vive nessas condições é muito hipócrita.

O que estou mostrando aqui é que o Brasil é exatamente assim.
Se nós tirarmos esse pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: Um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguindo de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos e vereadores). Todos eles são sustentados pelo povo que paga tributos, que têm como único fim o pagamento dos privilégios do poder.

E aí, pra não deixar tanto na cara esse sistema feudal no qual vivemos, eles inventaram as eleições. Te dão a a falsa sensação de estar escolhendo em quem votar, mas são todos iguais. Dizem que você tem liberdade pra expressar sua opinião publicamente, mas se você se manifestar, mandam os vassalos (que hoje chamamos de policiais) pra parar com a baderna.

Funciona mais ou menos como uma mordaça. Você pode votar em quem quiser, mas não pode ser contra quem for eleito, não pode questionar o modo como ele governa, tem que pagar os impostos pra sustentar os luxos dele e viver em condições bem inferiores às dele. Mas é claro, você tem total liberdade pra votar em quem quiser. E ainda somos obrigados a votar, mesmo com tanta liberdade de opinião.

Democracia isso? Pense!

Abraço!

2 comentários:

  1. O Brasil é uma república federativa, não uma democracia. Isso já sabemos, mas o discurso político da oligarquia quer que acreditemos que é democracia... Longe disso. República, desde que existe, é oligarquia. E é assim também no Brasil.

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  2. Verdade, as pessoas costumam dizer que vivemos em um país democrático, mas isso não pode ser levado ao pé da letra, principalmente na política. Eu acredito fielmente que não temos opções distintas em uma eleição, escolhemos o que mais nos simpatiza, ou o menos ruim na nossa modesta opinião, mas não temos propostas distintas uma da outra, não temos muita opção.

    Porém o mais importante mesmo é lutarmos pela nossa liberdade de expressão, podermos declarar o que acreditamos livremente, sem preconceitos, mas com a verdade. Assumirmos a posição do que defendemos em todos os assuntos.

    Quem tem ouvidos ouça, quem tem discernimento entenda.

    Valeu pela participação Daniel Campos, seja bem vindo em nosso blog.

    God Bless

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